ARTIGO. Paulo Pimenta, o processo de São Borja e a crítica ao noticiário em que, diz, seu lado não é ouvido
Apuração: o princípio básico do jornalismo esquecido na era da Pós-Verdade
Por PAULO PIMENTA (*)
Na primeira aula de qualquer faculdade de jornalismo do mundo são ensinados princípios elementares para o exercício pleno da profissão, são eles: imparcialidade, compromisso com a verdade, objetividade e apuração, este quarto elemento depende de ouvir as fontes, os atores envolvidos e ter o máximo de conhecimento sobre o assunto que se está tratando. Tudo o que é escrito e veiculado sem respeitar esses quatro pilares do jornalismo não deve ser tratado como uma matéria jornalística.
Ao longo dos anos, com a universalização do acesso à internet e principalmente o uso das redes sociais, percebemos que muitos profissionais do jornalismo estão “esquecendo” de colocar em prática tais princípios, alguns levados por motivações pessoais, corporativas ou mesmo políticas. Este é o caso que se observa na matéria veiculada no jornal Diário de Santa Maria no último final de semana, com o objetivo central de atingir minha honra e confundir a população.
A jornalista que assina a matéria tendenciosa contra mim, desrespeitou todos os princípios do jornalismo citados no texto: em primeiro lugar ela não foi imparcial, pois reproduziu uma informação veiculada pelo Grupo RBS, o qual ela trabalhou por muitos anos e tem uma relação litigiosa com nossa atuação política por conta das reiteradas denúncias que fiz contra a afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul devido a seu envolvimento na Operação Zelotes. Esta Operação apurou a compra de Conselheiros do CARF pela RBS para que fosse anulada uma multa de mais de R$ 500 milhões. Vale lembrar também que a jornalista foi assessora e ocupou cargos comissionados vinculados a meus adversários políticos. Segundo, ela induziu a população a acreditar que eu estava envolvido em algum esquema criminoso na publicação feita nas redes sociais para a divulgação da matéria, com um título tendencioso e sensacionalista. Terceiro, o princípio da objetividade foi desrespeitado, uma vez que a jornalista usa uma matéria requentada com o propósito de desorientar a população. E quarto, faltou muita apuração por parte da jornalista, pois sequer fui ouvido, se valendo de uma declaração minha desatualizada para sustentar a sua publicação, publicada no mês de janeiro. Tenho certeza de que se a jornalista tivesse ao menos lido o inquérito, sua postura seria diferente. Percebemos que a matéria passa ao largo do jornalismo e pode ser enquadrada como assessoria de comunicação ou mais um caso de ativismo político.
O recurso utilizado no Diário de Santa Maria é recorrente na cidade quando são feitos ataques contra mim e minha atuação política. A pós-verdade, ou velha mentira, faz com que diversas pessoas utilizem boatos antigos, como atribuir a mim a propriedade da PRT, Sulclean, Farmácias São João e Rede Vivo, e novas mentiras, como fizeram de maneira maldosa dizendo que eu era o verdadeiro dono da Boate Kiss logo após a tragédia. Dezenas dessas pessoas, incluindo um vereador da cidade já foram processadas e punidas pelas mentiras que utilizam para me atingir, inclusive uma pessoa que durante um período se dizia meu primo está respondendo processo e deve ser condenada por falsidade ideológica em audiência marcada para o próximo mês. A pergunta que fica é: qual o motivo que leva as pessoas, mesmo sabendo que é mentira, seguirem espalhando esses boatos contra mim?
Reitero aqui o que me foi negado pelo maior veículo de comunicação de impressa de Santa Maria. Jamais comprei, vendi, negociei ou participei de qualquer negócio envolvendo arroz com produtores de São Borja ou de qualquer lugar. A tentativa de envolver meu nome é fantasiosa, leviana, irresponsável e criminosa. Após quase 10 anos de investigações não existe nada no inquérito conduzido pela PF e MPF que me vincule aos fatos. Desta maneira, tomarei todas as medidas jurídicas necessárias para responsabilizar os autores desta calúnia, seja por interesses políticos ou por tentativa de extorsão.
(*) Paulo Pimenta é Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a foto que ilustra este artigo é de Divulgação.
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